Todos os
umbandistas sabem que a Umbanda é uma religião que tem como sinônimo a
caridade. As entidades nos trazem este ensinamento, as aulas que frequentamos
nos trazem este ensinamento e também nossos pais e mãe de santo. Mas será
mesmo que sabemos o que é trabalhar na caridade?
Vamos
iniciar com o preceito mais básico da Umbanda. “Daí de graça o que de graça
recebestes”. Mediunidade é um dom divino e não deve ser cobrado. Não se cobra
por trabalhos dentro de um terreiro de Umbanda. O tempo que o médium
disponibiliza dentro de um terreiro para trabalhar com sua entidade deve ser
encarado como uma oportunidade de crescimento. Os trabalhadores de um terreiro
são afortunados e não devem encarar esse desgaste energético como um favor que
fazem. Receber uma entidade ou a servir durante uma seção em uma casa
umbandista é um privilegio para poucos. Não pensem que ao desencarnarem
conseguirmos estar em contato direto com nosso queridos pretos velhos ou com
nossos amados caboclos. Quando desencarnamos existe uma separação energética
entre os menos e os mais evoluídos que se chama campo vibracional e essas
entidades estão há anos luz a nossa frente. Então lembre sempre a sorte
que você tem.
Ok. Para
um terreiro de Umbanda ser completo, a meu ver, deve-se ter projetos sociais.
Um terreiro que só cuida do lado espiritual é incompleto. O terreiro tem como
dever amparar os necessitados de todas as formas. Tanto material quanto
espiritual. Não se consegue rever conceitos o faminto que vê sua família
passando fome. Para o terreiro Umbandista conseguir executar este trabalho ele
conta com os filhos da casa e o umbandista tem obrigação de ajudar e participar
das obras sociais da casa. Se ele assim não o fizer não está coerente com a
filosofia da Umbanda. Para receber ou servir uma entidade umbandista este
médium deve estar em perfeita sintonia com a causa que essas entidades
defendem. E ao olhar dessas entidades que sabem e tem uma visão muito
alem da nossa, que digamos extremamente limitada, servir ao outro também é uma
oportunidade.
Para
conseguir desenvolver ou o trabalho espiritual ou o trabalho social dentro de
um terreiro o médium precisa de muito preparo. Este médium vai estudar
,observar e vivenciar tudo que presenciou ao longo desse tempo de preparação.
Isso é uma necessidade para que o médium consiga exercer o papel que ele
se propôs.
Alem do
terreiro este filho de Umbanda deve, a todo o momento, estar ligado a tais
preceitos citados anteriormente sendo um exemplo para todos a sua volta.
Sabemos,
entretanto que ser 100% é uma coisa muito difícil mas temos que manter a
coerência do nosso trabalho e a filosofia de vida que adotamos.
Definitivamente,
para o umbandista, caridade não é escolha. Para o umbandista, caridade é
obrigação. A escolha foi dada quando ele aceitou se tornar umbandista. A partir
desse momento é obrigação compreender, ajudar e amparar no que for possível
sempre que necessário.
Portanto
lembre-se que ser umbandista é muito mais que usar colares no pescoço e ser
caridoso é muito mais do que dar esmolas e a todo instante recorde que o
trabalho na caridade “da trabalho” e esse trabalho foi aceito lá atrás quando
aceitou a responsabilidade de ser um umbandista.
Honre seu
compromisso e o coroe com tudo de bom que existe dentro de você.
Que a paz
de Oxalá esteja dentro de cada um de nós