quinta-feira, 14 de março de 2013

Cruz. Pesada demais?


“Eu sofro muito”. “A vida não é justa comigo”. “Por que eu?”, “O que eu fiz para merecer isto?”. Quem nunca disse alguma frase semelhante a essas em momentos difíceis da vida? Quem nunca questionou, mesmo que por um segundo o “por que” de situações de dificuldade? Uma doença grave. A perda de um ente querido. Dificuldades financeiras. Emfim. Situações que nos trazem algum tipo de sofrimento. Nesse momento desejamos que tais situações não passem de um pesadelo que em breve possamos acordar seguros em nossas camas. Só que o tempo passa e não “acordamos”.

Logo apelamos para Ele: “Deus. Tire este sofrimento da minha vida.”.

Mas lembremos: “E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.” (Lucas, 14:27)

Esquecemos do porque estamos vivos. Esquecemos que cada um tem um propósito de continuar trilhando as estradas da encarnação e que como toda estrada, estamos fadados a encontrar dificuldades maiores ou menores dependendo de qual é o nosso destino.

Certa vez, conversando com um velinho muito sábio, ele me disse que todos os caminhos são bons. Até aqueles que não escolhemos bem, pois todos os caminhos nos trazem ensinamentos e estes não se lêem em livros e nem se aprendem com terceiros. Que quem sabe enxergar em uma situação de sofrimento uma oportunidade de crescimento aprendeu um dos mais importantes sentidos da vida.

Podemos dizer que na vida cada um carrega uma cruz. Mas o que este símbolo representa? Antes de Jesus a cruz era um símbolo de morte, de dor e de sofrimento. Depois de tudo que Jesus passou a cruz representa um símbolo de superação, de entendimento, de fortalecimento.

Mas a cruz não mudou. O que mudou foi à postura que assumimos diante dela e é a atitude que muda tudo, é como nos postamos diante da vida.

Então, antes de negar a cruz que pesa sobre os ombros e reclamar que ela é pesada demais, lembre do propósito de carregá-la. Busque fortalecer a fé em Deus a cada dia.

O novo Papa Francisco I disse já em sua primeira declaração como pontífice da igreja católica: “Lembrando uma passagem do Evangelho em que Pedro diz que segue Jesus, o filho de Deus, mas sem a Cruz, o Papa afirmou que “quando caminhamos, edificamos e confessamos sem a cruz, não somos discípulos do Senhor”.

Nós umbandistas somos privilegiados, pois temos a voz da espiritualidade para nos guiar, nos acolher e nos abraçar nos momentos de temor. Eles ajudam a renovarmos nossa fé. Não são todos que tem essa oportunidade. Então vamos aproveitar com todo o coração estes momentos únicos de contato com entidades de luz que sempre estarão ao nosso lado.

Vamos trocar estas palavras de lamentação por palavras de agradecimento pois na verdade, as vezes temos muito mais do que merecemos. 

quinta-feira, 7 de março de 2013

Egregoras, cuidados e importâncias

Vemos em diversos lugares muitos religiosos falando sobre egregoras e a necessidade de nos ligarmos a boas egregoras. As vezes fica um pouco complicado de entender como elas funcionam. Se elas são boas ou ruins. Vamos entender. Todas as egregoras estão associadas a coletividade. Elas são geradas pelo somatório de energias físicas, mentais e/ou emocionais. Isso nos remete a lembrar das palavras de Cristo. "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estarei Eu no meio deles (Mt 18, 20)". Quando nos reunimos com qualquer finalidade, estamos formando uma egregora.

Sendo assim qualquer grupo de pessoas reunidos com a mesma finalidade formam uma egregora. Clubes, empresas, casas religiosas, etc, e a formação destas egregoras ajuda a trazer para o mundo fisio as realizações no mundo não físico gerada por esta coletividade.

Estas egregoras, quando geradas e alimentadas são capazes de influenciar o ambiente e as pessoas que estão a seu redor.  Um centro umbandista está ligado a uma egregora pois todos os membros de todos os centros umbandistas estão vibrando a mesma energia de trabalho, caridade, amor, etc. Por consequência, todos as pessoas, quando adentram em um terreiro sentem esta energia no ar. Se sentem ao entrarem uma paz, uma calma diferente do dia a dia.

Afinal onde se encontra essa egrégora quando entramos em um centro umbandista? No chão? nas paredes? Sim. E também nos frequentadores, nos médiuns e cambonos, nos espíritos que ali se manifestam, no nome da casa. Muitas pessoas voltadas para a mesma finalidade. Eis ai a concentração de energia que forma essa egregora.

Mas até agora falamos só dos casos em que se forma egregoras boas. Entretanto elas também são formadas de forma negativa. Quando sentimos raiva ou desejamos o pior para outra pessoa também nos conectamos a egregoras desta vez negativas que nos alimentam a continuar nessa sintonia. Quando percebemos que estamos nos conectando a estas egregoras, devemos mudar nossos pensamentos e condutas a fim de nos religarmos a egregoras que trarão benefícios a nós e aos que nos rodeiam.

Para isso devemos sempre Orar e Vigiar.

Uma das sintonias mais pesadas que nos aprisionam em gregoras fortíssimas é o apego. Quando falamos de apego nos remetemos quase sempre a bens materiais. Não é verdade? Mas alem de bens e dinheiro, temos ciumes, sentimentos de posse por outra pessoa. Esse apego é tão serio que pode virar uma doença que acaba com a vida de quem se liga a essa energia e de quem é o alvo deste sentimento.

Lembremos do filme "Senhor dos anéis", o personagem Smigol tem uma fascinação pelo anel de poder e refere a ele como "precioso" sendo coisa mais importante de sua vida. Pode ser uma forma bem exagerada de ver esse apego, mas acredito que algumas pessoas quase chegam a esse nível de loucura.

Então é preciso refletir e buscar o que realmente é útil e necessário.

Depois de analisar nossos pensamentos e comportamentos, procurar arrependimento dos nosso hábitos ruins e nos comprometermos a modificação, devemos procurar egregoras que vão nos ajudar neste processo.

A egregora umbandista é muito forte e se fortalece a cada dia. Quanto mais pessoas se propuserem a somar nas fileiras desta causa, mais e mais poderemos levar ao mundo inteiro a bandeira de nossa querida Umbanda.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Força é Deus quem dá

Com esse clima de quaresma continuo em reflexão sobre tudo que venho fazendo e sendo dentro da Umbanda. Já não sou mais um neófito mas também não me desponto com décadas servindo a religião. Certa vez vi um vídeo na internet falando que somos neófitos até quase 7 anos de terreiro e que nessa media de tempo a fascinação toma conta dos nossos passos e queremos vivenciar com muita cede essa religiosidade. Depois disso que a realidade bate a nossa porte e podemos realmente nos considerar Umbandistas. Realmente depois de um tempo passamos a ver as coisas com outros olhos e conseguimos ver a real beleza de tudo que fazemos e vivenciamos.

Aprendemos a conhecer a verdadeira essência das entidades e sentir com o coração tudo que aquilo representa em nossas vidas.

Por que digo isso? Dias atras eu me deparei com um desanimo surpreendente. Comecei a questionar muitas coisas. Más condutas de irmãos que deveriam ser exemplo. O uso da hierarquia para imposição de ideias. E isso dentre outras coisas. Confesso que foi me desanimando. Eu sabia que não devia me desanimar com coisas tão ínfimas. Sabia que tinha que me fortalecer na espiritualidade que cuida tanto da gente. Então, aos pés do peji me pus em oração. 

"Me ajudem. Eu não quero fraquejar."

Eu sabia que logo alguma coisa iria acontecer. Fiquei esperando. A reunião começou e nada de diferente. As entidades começaram a descer e fiquei no aguardo que alguma delas me chamasse para prestar o "socorro" ao qual tinha eu pedido. Mas nada aconteceu. Então me concentrei para receber o preto velho que trabalha comigo. Os trabalhos transcorreram bem como de costume. Quando ao fim de tudo, antes de meu querido pai "subir", ele mesmo começou a me aconselhar. Foram palavras de consolo. Palavras de incentivo e palavras de reflexão. Quando ao termino disso tudo disse a ele. "Não esperava que fosse o senhor que viesse me auxiliar." e veio a resposta "Quem melhor que eu, que trabalho com você a tantos anos para dizer o que é preciso ouvir. Fique com a paz de Oxalá meu filho querido." e se foi.

Minha surpresa foi enorme. Já avia trocado algumas palavras com ele em outras ocasiões mas nunca dessa forma. O mais importante é que me enchi de força e animo para continuar minha jornada.

Agradeço a todas as forças por nunca me desamparar. Serei eternamente grato ao amparo que recebo dia apos dia.

Resolvi escrever este texto pois percebo que muitos de meus irmãos, não só do centro que frequento vem desanimando da religião por coisas que na realidade não pertencem a religião. No entanto elas estão presentes em todos os lugares, inclusive dentro dos templos religiosos. Por isso, busquem forças no que realmente fortalece e no real motivo de estarmos na estrada que estamos.

Força meus irmãos pois a Umbanda é feita de luta.

Que a paz de Oxalá esteja com todos nós.