“Eu sofro muito”.
“A vida não é justa comigo”. “Por que eu?”, “O que eu fiz para merecer isto?”.
Quem nunca disse alguma frase semelhante a essas em momentos difíceis da vida?
Quem nunca questionou, mesmo que por um segundo o “por que” de situações de
dificuldade? Uma doença grave. A perda de um ente querido. Dificuldades
financeiras. Emfim. Situações que nos trazem algum tipo de sofrimento. Nesse
momento desejamos que tais situações não passem de um pesadelo que em breve possamos acordar seguros em nossas camas. Só que o tempo passa e não “acordamos”.
Logo apelamos
para Ele: “Deus. Tire este sofrimento da minha vida.”.
Mas lembremos:
“E
qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.” (Lucas, 14:27)
Esquecemos do
porque estamos vivos. Esquecemos que cada um tem um propósito de continuar
trilhando as estradas da encarnação e que como toda estrada, estamos fadados a
encontrar dificuldades maiores ou menores dependendo de qual é o nosso destino.
Certa vez,
conversando com um velinho muito sábio, ele me disse que todos os caminhos são
bons. Até aqueles que não escolhemos bem, pois todos os caminhos nos trazem
ensinamentos e estes não se lêem em livros e nem se aprendem com terceiros. Que
quem sabe enxergar em uma situação de sofrimento uma oportunidade de
crescimento aprendeu um dos mais importantes sentidos da vida.
Podemos dizer
que na vida cada um carrega uma cruz. Mas o que este símbolo representa? Antes
de Jesus a cruz era um símbolo de morte, de dor e de sofrimento. Depois de tudo
que Jesus passou a cruz representa um símbolo de superação, de entendimento, de
fortalecimento.
Mas a cruz não
mudou. O que mudou foi à postura que assumimos diante dela e é a atitude que
muda tudo, é como nos postamos diante da vida.
Então, antes
de negar a cruz que pesa sobre os ombros e reclamar que ela é pesada demais,
lembre do propósito de carregá-la. Busque fortalecer a fé em Deus a cada dia.
O novo Papa
Francisco I disse já em sua primeira declaração como pontífice da igreja católica:
“Lembrando uma passagem do Evangelho em que Pedro diz que
segue Jesus, o filho de Deus, mas sem a Cruz, o Papa afirmou que “quando
caminhamos, edificamos e confessamos sem a cruz, não somos discípulos do
Senhor”.
Nós
umbandistas somos privilegiados, pois temos a voz da espiritualidade para nos
guiar, nos acolher e nos abraçar nos momentos de temor. Eles ajudam a renovarmos
nossa fé. Não são todos que tem essa oportunidade. Então vamos aproveitar com
todo o coração estes momentos únicos de contato com entidades de luz que sempre
estarão ao nosso lado.
Vamos trocar
estas palavras de lamentação por palavras de agradecimento pois na verdade, as
vezes temos muito mais do que merecemos.